quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pedaços

No final o que prevaleceu foi o alívio e a vontade de viver, sair da gaiola foi a melhor parte, pular no abismo está sendo meu porto seguro.


Quando cheguei ao apartamento vazio, me deparei com pouco espaço para minha solidão, pouco espaço para meus devaneios sobre as causas da minha infelicidade.
Quando ele retirou suas coisas, deixou cair vários papeis, pedaços deles, em que ele me escrevia bom dia e eu te amo todos os dias, eu disse, to-dos- os di-as. Certamente de propósito como para acabar de pisar no que restou de mim.

Abaixei-me e peguei todos, vendo aqueles manuscritos nos pedaços de papéis por todos os cantos do meu escritório, senti saudades até das horas mais tristes e das palavras mais cortantes que já me falaste.
Senti saudades do seu sorriso falso e de quando fazia planos da boca pra fora, de quando me beijava e me despedaçava em seguida com suas convicções e verdades.
Senti um arrependimento profundo por não mais te ter, por ter te deixado ir e por ter parado com a nossa vida de futuros e planos, literalmente.

Chorei ao sentir teu cheiro em minhas narinas e ao imaginar como seria o final de semana sem você e seus costumes e mudanças.
No final o que prevaleceu foi o alívio e a vontade de viver, sair da gaiola foi a melhor parte, pular no abismo está sendo meu porto seguro.


Pedaços - Diakova

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