sábado, 28 de março de 2020

Não, eu ainda não estou pronta.

É impressionante o estrago que algumas pessoas fazem com a gente, como elas nos deixam em pedaços e seguem suas vidas, espero que com a consciência bem pesada, e pronto, tudo certo pra elas.
E por causa de um estrago desse, ontem mais uma vez eu falei essa frase "não, eu ainda não estou pronta", e realmente não estou, não porque não superei e quero que o mundo acabe, não, mas porque eu decidi que tenho que ficar pronta pra mim.
Eu tenho que me colocar em primeiro lugar mais vezes, e talvez até, em todas as vezes, a gente se doar em demasia não faz nada bem.


Ontem no Buck's conversei com ele, expliquei o que eu queria, não foi fácil, quando ele chegou já trazia meu café favorito e minha jaqueta que eu tinha esquecido na casa dele. Querendo ou não ele já sabia o final da conversa. É muito difícil olhar nos olhos de uma pessoa e ver na sua frente tudo que você sempre quis, até porque eu era bem diferente do padrão, bem mesmo, e ele era uma chance pra "ser feliz", mas ai que está a questão, ele não tinha que ser chance pra mim, eu que tinha ser o motivo da minha felicidade.

Conversamos bastante e ele apenas concordava, mas sempre com uma certa reprovação do meu discurso, eu estava de um lado da mesa e ele a minha frente, de jaqueta também, e sempre que falava ele assentia com a cabeça e tentava pegar minha mão, que estava gelada de nervoso ou por causa do tempo.

A despedida foi horrível, ele me pediu um abraço, e naquele momento a vontade não foi de desfazer tudo que eu havia dito, voltar e dizer que "vamos tentar", não, foi horrível porque me senti responsável pelos sentimentos dele, eu os cativei, mas depois daquele abraço eu tive mais certeza ainda de que não estou pronta, não estou pronta pra cativar novos sentimentos e ser responsável por eles em outra pessoa, eu quero ser responsável com meus sentimentos, quero estar pronta pra mim, quero amar minha companhia e me achar interessante, não outra pessoa, quero que as outras pessoas somem a minha minha vida e não completem ela.

Então, não, eu não estou pronta pra me abandonar outra vez, pra me dedicar a outra pessoa outra vez, pra não me colocar em primeiro lugar e não me sentir especial. Não, dessa vez é não, porque ele também quer dizer sim pra mim, sim pra minha vida, pra o meu tempo comigo, pro meu ócio ou o meu fazer nada. Sim pra o meu time, sim pra o meu coração e minha mente que precisam desse restart, precisam desse re
começo.

Diakova

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Nada de intercessões

Sempre me questionam porque o meu dia é sempre bom, eu sempre digo que tenho tudo. Tudo mesmo, tenho tudo que uma pessoa média, com sorte e gostos médios pode querer. Mas nem sempre foi assim, lembro disso porque já tive dias bem ruins, como o dia em que voltei ao nosso restaurante preferido, ao nosso banco de praça preferido, até o nosso corredor do shopping preferido, mas ai me lembrei que não havia mais nada nosso, agora era meu e seu, e só. Sem intercessões.

Sempre que passo por esses lugares vejo que lembro menos, mas lembro ainda, lembro só das partes boas, porque de tudo é impossível e quando lembro de algumas coisas desse tudo eu rapidamente esqueço de você e vejo a razão de hoje não ter mais nada nosso.

Esse com certeza é o último texto que escrevo sobre isso, é um texto de chega, hoje, lembrando... eu tenho tudo, e ainda por cima tenho um gato, que sempre que chego em casa me lembra que nem tudo depende de mim, gatos são independentes e nos ajudam a nos colocar no nosso lugar como reles mortais.

Essa também é a última carta de amor que faço, de amor, sim, porque gastar meu tempo com palavras pra você é sim uma prova de amor, tivemos a infância toda e não nos encontramos, tivemos a adolescência e não nos encontramos, e ai quando chega o grande dia, você estraga tudo com o discurso de que a vida é assim mesmo e você também.

Hoje joguei tudo fora, tudo que eu tinha seu, até suas camisas que eu gostava de sentir o cheiro, cheiro que me fazia dormir e acordar, cheiro de conforto e porto seguro, cheiro que só de sentir pela manhã já me emocionava por ter alguém tão do bem, mas como eu disse essa era só a parte boa, a parte ruim nem vale a pena falar.

Hoje vi no caledário, 1 ano, 11 meses e 3 dias que você foi, marcava todo dia, mas também joguei o calendário fora, não serve mais,
e meus dias são sempre bons, bons mesmo, sem tensão e sem querer agradar, bons, sorridentes e cheios de coisas pra fazer, e o que você não quis compartilhar comigo, não importa mais.


Diakova

segunda-feira, 4 de junho de 2018

de agoras, de memórias e de começos.



Eu detesto quando isso acontece, essa história de ficar lembrando do passado, às vezes me vem isso, olhar pra trás, mas eu não sou do tipo que "olha" pra trás, eu estou mais para uma imitação de Lisbeth Salander da trilogia Millennium de Stieg Larsson, ou pelo menos tento ter esse ideal parcial de modelo feminino, ela é o modelo de nova mulher, definida pela indefinição, tirando a parte da vingança, porque ela se vinga... e muito nos livros! 

Mas voltando a mim, encontrei um livro meu, encontrei assim... estava no meu quarto, que é um cômodo de dois metros quadrados com uma infinidade de coisas , esse livro foi o marco do meu desejo de escrever, foi o ponto alto pra que eu sentisse vontade de colocar pra fora todas as futilidades úteis da minha mente. 

Quando abri o livro, me deparei com a dedicatória, eu sinceramente adoro dedicatórias e creio que elas são necessárias sim, principalmente quando você deu um livro com um propósito. Eu senti uma surpresa sabe, o tipo agradabilíssima, mas junto com ela veio o engasgo na garganta, aquela respiração profunda e o coração acelerado. Eu acabei me lembrando de momentos que jamais terei novamente, de momentos que foram tão marcantes que visualizo perfeitamente mesmo depois de tanto tempo.

Não resisti e sai de casa, fui até a nossa antiga rua, andei por ela reconhecendo cada pedra daquele calçamento, a cada passo eu sentia uma familiaridade tão absurda que sentia até o cheiro de canela dos nossos incensos, e cheguei a ver nós de mãos dadas pela calçada para irmos ao cinema. Por mais que você esteja esperando isso, não, eu não continuei e não parei em frente a nossa antiga casa, hoje ela ainda tem metade do que eu deixei, mas agora outra pessoa ajuda a cuidar das minhas plantas e dos meus gatos, outra pessoa prepara o café e espera para que comam juntos. De mim lá, creio que nem mais lembranças.

Andando de volta pra casa, eu percebi como olhar pra trás era bobo e sem sentido, como o que eu tinha era mais importante, como a pessoa que eu tinha era completa, eu vi que eu não precisava ser outra pessoa, podia ser eu mesma, o que não fui naquele relacionamento, fui alguém que se travestiu do outro pra agradar.

 Assim que entrei pela porta eu o vi arrumando a mesa do jantar, sorriu pra mim e me fez esquecer minhas últimas horas, me tirou rapidamente do meu passado, aliás, mais uma vez, e me fez ver que eu realmente não sou mulher de passados, de lembranças ou de fins, sou mulher de agoras, de memórias e de começos.

Pegou na minha mão e pediu que eu fechasse a porta, eu literalmente fechei a porta olhando pela brecha que sumia que realmente eu tinha deixado para trás, estava livre, estava ali plenamente entregue e limpa de alma e consciência, estava escrevendo minha história novamente e não assistindo a ela. Naquele momento se havia dúvidas, elas foram embora.

O livro? Eu peguei, fechei e o deixei bem a vista para que pudesse lê-lo novamente, porque assim como as lembranças daquela época do meu passado, ele e sua dedicatória já não significavam mais nada pra mim.

Se eu apaguei ou arranquei a dedicatória? Não! Claro que não, gosto de ver até, de vez em quando, porque não há sensação melhor do que aquela em que você tem plena certeza que seguiu em frente.


Diakova

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

É possível amar nos dias de hoje?

Hoje me deparei com esse pensamento. Será mesmo que é possível amar hoje em dia? Amar mesmo, sem reserva, aquele amor não romântico ou fantasioso, mas aquele amor seguro, bom de amar, bom de viver, com aquela pessoa que vale a pena?

É possível amar quando você tem medo de aceitar um convite porque por mais que você converse não sabe as intenções da outra pessoa? Porque ela simplesmente escorrega e mente? Ou porque a gente já foi tão pisada que esse medo nem se justifica, mas está lá, como um radar e ao menor sinal ele faz um barulho enorme e você recua feito um cachorrinho para dentro da casinha em dias de fogos na rua. Desculpe a comparação, mas é assim que me sinto nos últimos dias, você conversa com uma pessoa aparentemente legal, com qualidades aparentemente legais e vai gostando, e ai ela se solta com um papinho que você imagina, poxa! Ela só queria isso? Ou... por que que ela falou isso? E ai tudo desmorona no seu pensamento, as pequenas expectativas que existiam caem por terra e você volta a estaca zero, não estou dizendo que estamos loucas por relacionamentos, acho até que estamos na melhor fase, nós mulheres, estamos mais fortes e mais espertas, mas isso não nos impede de conversar com aquele carinha que puxou assunto no insta ou no wpp. 

Mas ai que está, na maioria das vezes nós só perdemos nosso tempo porque eles não perdem mais tempo na conquista, não perdem mais tempo procurando nos agradar sendo homens de verdade, não perdem mais tempo com falação de mulher. Hoje há um imediatismo muito grande nas "relações" que acabam ficando líquidas e superficiais, e a cada fracasso nós vamos nos tornando mais desconfiadas, e mais reservadas, e o amor de verdade não permite reservas, mas como saberemos? Como podemos apostar se não nos sentimos seguras?

Aqui, sozinha, tomando meu vinho quase diário, estou escrevendo na tentativa de dividir um pouco do que escuto todos os dias, de pré-relações que acabam antes de começar, de conversas que nem dão tempo de serem encantadoras. Sinceramente? Nem sempre fui assim, eu não tinha um ouvido tão apurado assim e nem apreciava a solidão com uma taça de vinho na mão, mas hoje o meu melhor momento é quando estou comigo, quando estou me curtindo, quando processo o que ouço e aprendo com isso, quando cresço, mesmo sem ninguém aqui para comprovar, e sei ainda que mesmo estando com pessoas ao meu lado posso estar só, já estive tantas vezes. Nem sempre a companhia está de fato com você.

Claro que ainda acredito no amor, lógico! Só não sei se é possível amar. Se procuro? Sim! Mas hoje com cautela, com paciência, com desconfiança e muita reserva. Sei que existe algo pra mim, nem que sejam minhas amigas, que sei que me amam de verdade ou minha família que faz tudo por mim, talvez eu possa passar pela vida tendo apenas esse tipo de amor, mas quer saber? Não me preocupo mais tanto assim, o que me preocupa é essa incerteza das relações, porque elas surgem, porque a gente embarca, porque a gente sempre acha que pode ser possível? Não sei, e se você souber hoje, com essa pessoa que está com você que é possível amá-la, ame, mas ame muito e faça ela sentir que é a pessoa mais especial do mundo, porque isso voltará para você. 

Mas se assim como eu você ainda tem dúvidas, pense assim "Estou hoje aqui pra mim, pros meus sonhos, pros meus objetivos, e se eu tiver de construir um relacionamento em que eu não seja amada de verdade, que eu não seja especial ou que não o veja como especial, ele não me interessa". 

Diakova

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Você só conheceu o cavalo do príncipe, ele mesmo? Ainda não!

Muitas vezes, até sem perceber nós damos uma de louca-psicopata-da-carência e isso não é defeito ou um problema muito sério, é até normal ou aceitável passar por isso uma vez ou outra, mas quando isso se torna rotina nos relacionamentos fica bem preocupante. Nós conhecemos uma pessoa e já vêm um milhão de expectativas, mesmo que leves, mas a gente imagina sim algumas situações em que viveremos super felizes com essa pessoa. Mas e aí quando você parte para aquela fase em que você praticamente se humilha por atenção, por carinho ou por uma mensagem? Quando a pessoa te dá um tiquinho de atenção e você  já se contenta? Parou! Isso não é legal.

Não falo de deixar de lado e não se importar, eu falo de você  se pôr em primeiro lugar sempre, de você  saber observar se você  está investindo ou apenas insistindo. Porque às vezes a pessoa é fofa um pouquinho só e nós já estamos lá louca de amores achando que sim, agora vai me fazer a pessoa mais feliz do mundo. A pessoa não te chama para sair toda semana, mas na semana que chama você  já está prontinha e cheia de planos, se está assim é porque você  se contenta com pouco, é porque você  não sabe o quanto você  é especial e merece mais. E quando se der conta você  vai estar presa a uma situação que foi criada na sua cabeça, vivendo uma história que só você respeita com uma pessoa que nem gosta de você tanto assim.

Nada na vida pode ser migalha, em nenhum campo da sua vida você pode se contentar com pouco, se for para ser que seja muito, intenso, de verdade, seja amizade ou relacionamento, em tudo tem que haver entrega. A gente não pode se deixar atrair por situações em que não há entrega total, situações medianas, do jeito que dá, isso não existe, se a pessoa quer ela quer, ela vem atrás, te liga, te procura, faz de tudo para estar perto, ela dá um jeito.

Vai chegar um dia em que você vai conhecer "aquela pessoa" e vai saber que é a hora, e você  pode pensar que isso já aconteceu e que não deu certo, não! Em algum momento você  viu que aquele relacionamento não estava certo, que era sem futuro e que iria acabar, porque você só conheceu até hoje o cavalo do príncipe, ele mesmo? ainda não! E ai você  vai se deixando humilhar em relações que não vão durar, mas que por carência ou só vontade de namorar você  vai embarcando.

Não precisa ter coração de gelo, só precisa se enxergar mais, só precisa não ser a louca-psicopata-da-carência nem de vez em quando, e nem dá valor demais a quem é apenas ao cavalo do príncipe.

Diakova


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Dessa vez eu me importo, sim!

Nunca liguei muito com o que as pessoas pensavam de mim ou do que eu fazia, sempre vivi de um jeito que as pessoas até pensavam que eu não me importaria muito se elas me magoassem “só um pouquinho”, afinal eu era muito forte e segura (piada, né kkkkkkkk), mas em tudo sempre fui lá e dei o meu melhor sem pensar no passado ou no futuro, sei que pode parecer drástico demais, e eu mesmo não caio nessa vibe de “viva a vida intensamente” não é isso, a questão é, se você tiver medo do passado estará condenada a revivê-lo todo dia, estará presa a algo que nem sequer você pode controlar mais ou influenciar, e se viver pensando no futuro não concretizará nada. O futuro nunca chega e o passado tem que ficar lá, quietinho, até porque não é para lá que você vai. Nem pense nisso!
Não me arrependo de nada que fiz, claro que têm umas coisinhas que eu tiraria aqui ou colocaria ali, umas pessoas que eu mandaria para China outras colaria aqui em mim, mas no geral, das minhas atitudes eu tenho plena certeza que fiz tudo porque eu quis, muitas vezes até sabendo que não ia dar certo, e porque hoje me sinto assim? Tão vulnerável, tão escrava de sentimentos que querem vir, querem me fazer bem e eu insisto em não
deixá-los?
Uma das razões, creio eu, é que a minha tendência é de jogar minha felicidade na mão das pessoas, e não é assim, a gente não pode simplesmente dizer “pega, toma minha felicidade, e cuida bem dela hein, me faz feliz” e pronto, achar que tudo está resolvido. E não era assim que tinha que ser, eu tinha que deixar as pessoas me ajudarem, tinha que deixar elas fazerem o papel delas e eu o meu, eu tinha que tomar as rédeas da minha vida e me fazer feliz, porque só é feliz a dois quem já é feliz sozinho.
E eu mesmo me doando e me entregando tanto, dando o meu melhor, eu estava fazendo do jeito errado, mas também sei que não arruinei tudo sozinha, também sei que a culpa não foi só minha, e isso sempre me importou sim, eu sempre fui atrás, sempre puxei a conversa, sempre perdoei, sempre relevei, sempre eu, eu e eu. Tomei pra mim toda a responsabilidade dos relacionamentos, assim como a decisão de terminá-los. Assim como tudo na minha vida eu vou lá e tomo pra mim, mesmo que internamente, mas pego toda a carga.
Então porque que agora eu tenho que aceitar esse conselho? “...deixar o tempo passar...” ? Não, eu preciso, quero e vou mergulhar de novo e de novo e quantas vezes forem necessárias, porque é assim que tem que ser, eu sou assim, só que dessa vez de uma forma mais sofisticada e vendo cicatrizes que não vão me deixar falhar, eu me importo sim e não vou deixar o tempo passar, não! Eu vou mais uma vez atrás, vou puxar sempre a conversa, vou perdoar, vou relevar e vou aceitar, mas de outra forma, me aceitando antes e me fazendo bem antes, me importando principalmente comigo. Porque hoje eu sei que por mais que o tempo passe, dentro da gente não é tão simples assim, dentro da gente é tudo bagunçado e prestes a nos derrubar, dentro da gente há uma série de barreiras prontas pra atravessar na nossa frente, nos sabotar.

E essa bagunça só é resolvida quando você realmente se importa e organiza seu tempo, aproveita ele, sente ele passar por você sabendo que você está dando o seu melhor, outra vez? Se arriscando? Sim, e daí? É assim que vivemos, caindo menina e se erguendo mulher.

Diakova

"Vó sinônimo de amor" de Lucas Alcântara - Poeta potiguar



Me lembro do passado
Dos carinhos e afagos
Das férias do interior
Do bolo preto e do beijur
Da manga, castanha e caju
Casa de vó e de vô

Me lembro das histórias
De um tempo de muita glória
Das férias no interior
Sinto falta daquele tempo
Que passa conforme o vento
Que saudade meu senhor

Saudade no peito é forte
Às vezes, dói como um corte
Saudades do meu interior
Onde sempre tinha um abraço
Mesmo em meio a tanto cansaço
Você nunca nos abandonou

Hoje você foi embora
E o meu coração chora
Só saudades que restou
Agradeço por tudo que você fez
Você que foi mãe duas veiz
VÓ SINÔNIMO DE AMOR!

Lucas Alcântara
Poeta