quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Você só conheceu o cavalo do príncipe, ele mesmo? Ainda não!

Muitas vezes, até sem perceber nós damos uma de louca-psicopata-da-carência e isso não é defeito ou um problema muito sério, é até normal ou aceitável passar por isso uma vez ou outra, mas quando isso se torna rotina nos relacionamentos fica bem preocupante. Nós conhecemos uma pessoa e já vêm um milhão de expectativas, mesmo que leves, mas a gente imagina sim algumas situações em que viveremos super felizes com essa pessoa. Mas e aí quando você parte para aquela fase em que você praticamente se humilha por atenção, por carinho ou por uma mensagem? Quando a pessoa te dá um tiquinho de atenção e você  já se contenta? Parou! Isso não é legal.

Não falo de deixar de lado e não se importar, eu falo de você  se pôr em primeiro lugar sempre, de você  saber observar se você  está investindo ou apenas insistindo. Porque às vezes a pessoa é fofa um pouquinho só e nós já estamos lá louca de amores achando que sim, agora vai me fazer a pessoa mais feliz do mundo. A pessoa não te chama para sair toda semana, mas na semana que chama você  já está prontinha e cheia de planos, se está assim é porque você  se contenta com pouco, é porque você  não sabe o quanto você  é especial e merece mais. E quando se der conta você  vai estar presa a uma situação que foi criada na sua cabeça, vivendo uma história que só você respeita com uma pessoa que nem gosta de você tanto assim.

Nada na vida pode ser migalha, em nenhum campo da sua vida você pode se contentar com pouco, se for para ser que seja muito, intenso, de verdade, seja amizade ou relacionamento, em tudo tem que haver entrega. A gente não pode se deixar atrair por situações em que não há entrega total, situações medianas, do jeito que dá, isso não existe, se a pessoa quer ela quer, ela vem atrás, te liga, te procura, faz de tudo para estar perto, ela dá um jeito.

Vai chegar um dia em que você vai conhecer "aquela pessoa" e vai saber que é a hora, e você  pode pensar que isso já aconteceu e que não deu certo, não! Em algum momento você  viu que aquele relacionamento não estava certo, que era sem futuro e que iria acabar, porque você só conheceu até hoje o cavalo do príncipe, ele mesmo? ainda não! E ai você  vai se deixando humilhar em relações que não vão durar, mas que por carência ou só vontade de namorar você  vai embarcando.

Não precisa ter coração de gelo, só precisa se enxergar mais, só precisa não ser a louca-psicopata-da-carência nem de vez em quando, e nem dá valor demais a quem é apenas ao cavalo do príncipe.

Diakova


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Dessa vez eu me importo, sim!

Nunca liguei muito com o que as pessoas pensavam de mim ou do que eu fazia, sempre vivi de um jeito que as pessoas até pensavam que eu não me importaria muito se elas me magoassem “só um pouquinho”, afinal eu era muito forte e segura (piada, né kkkkkkkk), mas em tudo sempre fui lá e dei o meu melhor sem pensar no passado ou no futuro, sei que pode parecer drástico demais, e eu mesmo não caio nessa vibe de “viva a vida intensamente” não é isso, a questão é, se você tiver medo do passado estará condenada a revivê-lo todo dia, estará presa a algo que nem sequer você pode controlar mais ou influenciar, e se viver pensando no futuro não concretizará nada. O futuro nunca chega e o passado tem que ficar lá, quietinho, até porque não é para lá que você vai. Nem pense nisso!
Não me arrependo de nada que fiz, claro que têm umas coisinhas que eu tiraria aqui ou colocaria ali, umas pessoas que eu mandaria para China outras colaria aqui em mim, mas no geral, das minhas atitudes eu tenho plena certeza que fiz tudo porque eu quis, muitas vezes até sabendo que não ia dar certo, e porque hoje me sinto assim? Tão vulnerável, tão escrava de sentimentos que querem vir, querem me fazer bem e eu insisto em não
deixá-los?
Uma das razões, creio eu, é que a minha tendência é de jogar minha felicidade na mão das pessoas, e não é assim, a gente não pode simplesmente dizer “pega, toma minha felicidade, e cuida bem dela hein, me faz feliz” e pronto, achar que tudo está resolvido. E não era assim que tinha que ser, eu tinha que deixar as pessoas me ajudarem, tinha que deixar elas fazerem o papel delas e eu o meu, eu tinha que tomar as rédeas da minha vida e me fazer feliz, porque só é feliz a dois quem já é feliz sozinho.
E eu mesmo me doando e me entregando tanto, dando o meu melhor, eu estava fazendo do jeito errado, mas também sei que não arruinei tudo sozinha, também sei que a culpa não foi só minha, e isso sempre me importou sim, eu sempre fui atrás, sempre puxei a conversa, sempre perdoei, sempre relevei, sempre eu, eu e eu. Tomei pra mim toda a responsabilidade dos relacionamentos, assim como a decisão de terminá-los. Assim como tudo na minha vida eu vou lá e tomo pra mim, mesmo que internamente, mas pego toda a carga.
Então porque que agora eu tenho que aceitar esse conselho? “...deixar o tempo passar...” ? Não, eu preciso, quero e vou mergulhar de novo e de novo e quantas vezes forem necessárias, porque é assim que tem que ser, eu sou assim, só que dessa vez de uma forma mais sofisticada e vendo cicatrizes que não vão me deixar falhar, eu me importo sim e não vou deixar o tempo passar, não! Eu vou mais uma vez atrás, vou puxar sempre a conversa, vou perdoar, vou relevar e vou aceitar, mas de outra forma, me aceitando antes e me fazendo bem antes, me importando principalmente comigo. Porque hoje eu sei que por mais que o tempo passe, dentro da gente não é tão simples assim, dentro da gente é tudo bagunçado e prestes a nos derrubar, dentro da gente há uma série de barreiras prontas pra atravessar na nossa frente, nos sabotar.

E essa bagunça só é resolvida quando você realmente se importa e organiza seu tempo, aproveita ele, sente ele passar por você sabendo que você está dando o seu melhor, outra vez? Se arriscando? Sim, e daí? É assim que vivemos, caindo menina e se erguendo mulher.

Diakova

"Vó sinônimo de amor" de Lucas Alcântara - Poeta potiguar



Me lembro do passado
Dos carinhos e afagos
Das férias do interior
Do bolo preto e do beijur
Da manga, castanha e caju
Casa de vó e de vô

Me lembro das histórias
De um tempo de muita glória
Das férias no interior
Sinto falta daquele tempo
Que passa conforme o vento
Que saudade meu senhor

Saudade no peito é forte
Às vezes, dói como um corte
Saudades do meu interior
Onde sempre tinha um abraço
Mesmo em meio a tanto cansaço
Você nunca nos abandonou

Hoje você foi embora
E o meu coração chora
Só saudades que restou
Agradeço por tudo que você fez
Você que foi mãe duas veiz
VÓ SINÔNIMO DE AMOR!

Lucas Alcântara
Poeta

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Objetos cortantes

É, mais uma vez eu recebi hoje “aquela” sacola com minhas coisas, são outros objetos, claro, mas com o mesmo significado, “aquelas” coisas que a gente deixa na casa dela de propósito, que mesmo ela sendo super organizada deixa você colocar suas coisas onde quiser, “aquela” sacola com “aqueles” objetos que você talvez nunca mais consiga usar porque vêm com tanto significado que é impossível até de revalidar o valor deles. Objetos que você comprou ou usou pensando nela, por ela e para ela, claro que não é o mais adequado fazer isso, mas eu chamo de entrega, ou pelo menos, a tentativa dela, eu chamo de recomeçar, reescrever, reinventar.

Aqui sentado em frente à sua casa, depois de você friamente, ou aparentemente, me entregar minhas coisas estou pensando como tudo aconteceu, como eu fui deixar acontecer, como eu não percebi por onde estávamos indo, me pergunto porque que eu não falei, porque que eu joguei em você a responsabilidade de me entender e pronto.

Estou aqui sem coragem de andar pra casa, ou de olhar novamente para o seu portão, até a calçada me faz lembrar dos comentários sobre as sandálias que você usava a cada encontro nosso e que eu olhava para baixo para acompanhar o seu raciocínio, sem entender bem, mas prestar atenção ao que você falava já era o suficiente pra mim, eu era seu espectador. E estou mais sem coragem porque daqui dá pra ver no outro lado da rua o restaurante em que nos encontramos a primeira vez, lembro que só tínhamos nós quando chegamos, e que lotou e depois esvaziou, e nós lá, conversando, eu claro falava sem parar e você, na maioria das vezes, deixava de falar para me ouvir, não era egocentrismo, era só nervosismo mesmo, porque você era e é do jeito que eu pedi em minhas orações.

Você ainda vai continuar o sendo o meu modelo ideal de pessoa, de mãe, de amiga, mas não mais a terei em meus braços, não a sentirei tremer de frio no cinema, ou apertar minha mão quando uma cena te assustava, não vou mais olhar você no meu sofá assistindo com toda seriedade a seus filmes chatos, nem vou mais esperar que você me toque ou me faça carinho, algo que sempre foi tão escasso pra mim, não vou mais tocar nos seus cabelos, e até olhá-los para mim será estranho agora, não irei mais perguntar como você está toda hora, juro, eu acho que se a decisão foi sua de ir, eu tenho simplesmente que deixar, eu sinto que você me ama, sua cara ao apenas me entregar minhas coisas e já voltar sem me dá chance de um abraço me disse que você estava prestes a desabar, mas eu respeitei.

Ainda estou aqui olhando agora de frente pra sua casa, lugar onde passei os melhores e piores momentos da minha vida nos últimos dias, lugar em que pude fazer planos novamente mas que agora eles já não são mais seus planos.

Esses objetos não são mais meus, eles são da nossa história, que também não se acabou, ela está lá, em algum lugar bom, algum lugar em que ela vale a pena, está na minha lembrança e na sua, tenho certeza, está marcada. Esses objetos também não tem mais sentido pra mim, eles foram batizados na nossa história, foram feitos pra ela, estavam dentro dela literalmente, essa sacola representa muito pouco da bagagem que deixei na sua casa, representa pouco do que eu gostaria de deixar ainda, mas que não deu tempo.

Não sei quando chegar em casa e tiver que desembalar e me deparar com coisas que eram tão familiares na sua casa, parece que delas saem palavras, saem sentimentos, a acho mesmo que saem. Talvez essas coisas fiquem num canto do meu quarto por dias, ou talvez eu guarde ou dê fim a tudo, mas de uma coisa eu tenho plena certeza, elas serão pesadas, serão carregadas pra sempre com o sentimento que dei a você. Serão como amuletos de amor, como passes para uma liberdade compartilhada, mas também serão símbolos de tristeza e de fracasso. Não me veja como pessimista, é que, às vezes, você simplesmente fracassa, normal, você volta, recomeça e faz mais uma vez a vida valer a pena, mas sabe que “aquela” sacola vai está sempre ali, dizendo que um dia você foi tudo que eu quis pra mim.






Diakova