quarta-feira, 18 de maio de 2016

Contos de Fadas: Por que são tão importantes?


Todo texto ficcional amplia, de maneira significativa, os limites do imaginário pessoal e coletivo também. Sempre que alguém lê ou conta histórias, nós nos reportamos ao ambiente em que acontece o fato que está sendo narrado e participamos ativamente do enredo, além de o nosso inconsciente, nesse momento, estar trabalhando e processando todas as informações que aparentemente são imperceptíveis para nós.



Dentre muitos textos pertencentes ao domínio estético/artístico da literatura, temos o conto. “O conto é um relato em prosa de fatos fictícios” (KAUFMAN & RODRÍGUEZ, 2005, p. 21).

Este tipo de texto, quando lido ou ouvido, tem o poder de despertar sentimentos indescritíveis e que irão fazer toda diferença mais tarde em nossas vidas, porque consta de três momentos perfeitamente diferenciados: um estado de equilíbrio, episódios que se convertem em conflitos e a resolução destes conflitos no estágio final, e isso acontece mais precisamente com a criança.

O conto se reflete no ouvinte ou leitor como um sonho involuntário pois depois de tomar conhecimento da história ela será polarizada de acordo com o momento em que a criança se encontra, e se lido outras vezes produzirá outros efeitos. Nos contos vemos aflorar, de forma bem natural e discreta, as conclusões individuais acerca da vida real, e são essas conclusões que demonstram de houve real interesse da criança na história ou não.

A fantasia dos contos de fadas é fundamental para o desenvolvimento da personalidade da criança e para auxiliar a construção do seu conhecimento de mundo. Há significados mais profundos nos contos de fadas que se contam na infância, do que na verdade os que a vida adulta ensina.

Bettelheim, em seu livro A psicanálise dos contos de fadas (2015, p.19), diz:

“Só partindo para o mundo é que o herói dos contos de fada (a criança) pode se encontrar; e fazendo-o, encontrará também o outro com quem será capaz de viver feliz para sempre; isto é, sem nunca mais ter de experimentar a ansiedade de separação. O conto de fadas é orientado para o futuro e guia a criança – em termos que ela pode entender tanto na sua mente inconsciente quanto consciente – a ao abandonar seus desejos de dependência infantil e conseguir uma existência mais satisfatoriamente independente”.

Segundo Machado, 1994, p. 43: “No espaço sobrenatural não existe tempo real, tudo acontece de repente e justamente, com total arbítrio do acaso. Os personagens existem, mas não foram criados por leis humanas. São, antes, fenômenos naturais. Por isso são seres encantados”.


Na literatura, os contos de fadas, misturam questões universais muito importantes para a maturação das crianças, elas sentem os mais diversos sentimentos, e adquirem conhecimentos sem perceber, vão criando suas ideias e amadurecendo comportamentos nas fases adequadas,  além da formação dos valores, que se dá sem moralização e sim com a combinação de realidade e fantasia no clima do Era uma vez... Misturando ainda, criaturas sobrenaturais que chamam a atenção e permitem por si que a criança vá traçando pequenos perfis de comportamento e personalidades.



BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2015.
MACHADO, Irene A. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994.
KAUFMAN, Ana MarÍa & RODRÍGUEZ, María Elena. Escola, leitura e Produção de textos. Porto /alegre: Artes Médicas, 2005.
 PORTAL EDUCAÇÃO - http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/30151/a-importancia-da-leitura-na-educacao-infantil



Diakova

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