Todo texto ficcional amplia, de maneira significativa, os limites do imaginário pessoal e coletivo também. Sempre que alguém lê ou conta histórias, nós nos reportamos ao ambiente em que acontece o fato que está sendo narrado e participamos ativamente do enredo, além de o nosso inconsciente, nesse momento, estar trabalhando e processando todas as informações que aparentemente são imperceptíveis para nós.
Dentre muitos textos pertencentes ao domínio estético/artístico da literatura, temos o conto. “O conto é um relato em prosa de fatos fictícios” (KAUFMAN & RODRÍGUEZ, 2005, p. 21).
Este tipo de texto, quando lido ou ouvido, tem o poder de despertar sentimentos indescritíveis e que irão fazer toda diferença mais tarde em nossas vidas, porque consta de três momentos perfeitamente diferenciados: um estado de equilíbrio, episódios que se convertem em conflitos e a resolução destes conflitos no estágio final, e isso acontece mais precisamente com a criança.
O conto se reflete no ouvinte ou leitor como um sonho involuntário pois depois de tomar conhecimento da história ela será polarizada de acordo com o momento em que a criança se encontra, e se lido outras vezes produzirá outros efeitos. Nos contos vemos aflorar, de forma bem natural e discreta, as conclusões individuais acerca da vida real, e são essas conclusões que demonstram de houve real interesse da criança na história ou não.
A fantasia dos contos de fadas é fundamental para o desenvolvimento da personalidade da criança e para auxiliar a construção do seu conhecimento de mundo. Há significados mais profundos nos contos de fadas que se contam na infância, do que na verdade os que a vida adulta ensina.
Bettelheim, em seu livro A psicanálise dos contos de fadas (2015, p.19), diz:
“Só partindo para o mundo é que o herói dos contos de fada (a criança) pode se encontrar; e fazendo-o, encontrará também o outro com quem será capaz de viver feliz para sempre; isto é, sem nunca mais ter de experimentar a ansiedade de separação. O conto de fadas é orientado para o futuro e guia a criança – em termos que ela pode entender tanto na sua mente inconsciente quanto consciente – a ao abandonar seus desejos de dependência infantil e conseguir uma existência mais satisfatoriamente independente”.
Segundo Machado, 1994, p. 43: “No espaço sobrenatural não existe tempo real, tudo acontece de repente e justamente, com total arbítrio do acaso. Os personagens existem, mas não foram criados por leis humanas. São, antes, fenômenos naturais. Por isso são seres encantados”.
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2015.
MACHADO, Irene A. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994.
KAUFMAN, Ana MarÍa & RODRÍGUEZ, María Elena. Escola, leitura e Produção de textos. Porto /alegre: Artes Médicas, 2005.
PORTAL EDUCAÇÃO - http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/30151/a-importancia-da-leitura-na-educacao-infantil
Diakova
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